Outubro rosa - Conscientização do Câncer de Mama e também do câncer do colo uterino.
A fita
A fita é o símbolo universal de conscientização e apoio desde 1979, quando Penney Laingen, esposa de um dos homens mantidos presos durante a crise dos reféns no Irã, decidiu usar uma fita amarela para mostrar apoio ao marido e aos outros reféns. Penney Laingen, porém, usou pela primeira vez publicamente como uma voz silenciosa de apoio.
Uma década depois, o grupo ativista de arte Visual AIDS usou o vermelho e entrou para o cenário internacional durante o Tony Awards, preso ao peito do ator Jeremy Irons. Mais uma vez, um símbolo de conscientização e apoio.
Do pêssego ao rosa
Charlotte Hayley, americana, de 68 anos, que lutou contra o câncer de mama, começou a fazer fitas de pêssego à mão em sua casa, introduzindo o conceito de uma fita de conscientização sobre o câncer de mama em cor de pêssego. Sua filha, irmã e avó tiveram câncer de mama.
Ela as anexou a cartões dizendo: "O orçamento anual do Instituto Nacional do Câncer é de US $ 1,8 bilhão e apenas 5% são destinados à prevenção do câncer. Ajude-nos a acordar nossos legisladores e a América usando esta fita. ”
Haley era estritamente popular, entregando os cartões no supermercado local e escrevendo mulheres proeminentes, desde ex-primeiras-damas a Dear Abby.
Sua mensagem se espalhou de boca em boca. Haley distribuiu milhares desses cartões.
A fita cor de pêssego de Hayley despertou o interesse de Alexandra Penney, editora-chefe da revista Self, que estava trabalhando na edição do mês nacional de conscientização do câncer de mama de 1992 da revista Self.
Ela viu a iniciativa de se adaptar à ideia de Hayley trabalhando com ela. Mas Hayley rejeitou a oferta dizendo que a iniciativa da Self era muito comercial.
Incapaz de usar a fita de pêssego de Hayley por motivos legais, a revista Self e outras pessoas interessadas em promover a conscientização do câncer de mama com uma fita, um símbolo decidiu ficar rosa.
As primeiras fitas cor de rosa e o mês de outubro.
Susan G. Komen Breast Cancer Foundation distribuia viseiras rosa brilhantes para sobreviventes de câncer de mama que disputavam sua Corrida pela Cura desde o final de 1990. No outono de 1991, no mês de outubro a fundação decidiu distribuir fitas rosa para todos os participantes de sua corrida na cidade de Nova York .
Com a publicação da revista Self e a medida que a conscientização sobre o câncer de mama começou a crescer, mais e mais organizações começaram a incorporar a fita rosa como símbolo do câncer de mama.
O Mês da Conscientização do Câncer de Mama, é atualmente uma campanha internacional anual de saúde, organizada principalmente por instituições de caridade reconhecidas em todo mês de outubro para aumentar a conscientização do câncer de mama e ajudar a arrecadar fundos pesquisa para conhecer sua causa, como evitá-la, assim como diagnóstico, tratamento e cura.
É uma campanha anual mundial que ocorre em outubro, envolvendo milhares de organizações, para destacar a importância da conscientização, educação e pesquisa da mama.
Por que é necessário conscientizar e sensibilizar para a prevenção do câncer de mama'
O câncer de mama é provavelmente a doença mais temida pelas mulheres, devido à sua alta frequência e efeitos psicológicos, que afetam a percepção da sexualidade e a imagem pessoal.
Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), O câncer de mama é segundo tipo que mais acomete brasileiras, representando em torno de 25% de todos os cânceres que afetam o sexo feminino. Para o Brasil, foram estimados 59.700 casos novos de câncer de mama em 2019, com risco estimado de 56 casos a cada 100 mil mulheres.
Os principais sinais e sintomas da doença são: caroço (nódulo), geralmente endurecido, fixo e indolor; pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja, alterações no bico do peito (mamilo) e saída espontânea de líquido de um dos mamilos. Também podem aparecer pequenos nódulos no pescoço ou na região embaixo dos braços (axilas).
Não há uma causa única para o câncer de mama. Diversos agentes estão relacionados ao desenvolvimento da doença entre as mulheres, como: envelhecimento (quanto mais idade, maior o risco de ter a doença), fatores relacionados à vida reprodutiva da mulher (idade da primeira menstruação, ter tido ou não filhos, ter ou não amamentado, idade em que entrou na menopausa), histórico familiar de câncer de mama, consumo de álcool, excesso de peso, atividade física insuficente e exposição à radiação ionizante.
A prática de atividade física e de alimentação saudável, com manutenção do peso corporal adequado, estão associadas a menor risco de desenvolver câncer de mama: cerca de 30% dos casos podem ser evitados quando são adotados esses hábitos. A amamentação também é considerada um fator protetor.
Nos últimos anos, o INCA tem trabalhado com a população feminina a importância de “estar alerta” a qualquer alteração suspeita nas mamas (estratégia de conscientização), assim como tem desenvolvido ações com gestores e profissionais de saúde sobre a importância do rápido encaminhamento para a investigação diagnóstica de casos suspeitos e início do tratamento adequado, quando confirmado o diagnóstico.
Além de estarem atentas ao próprio corpo, mulheres de 50 a 69 anos devem fazer mamografia de rastreamento a cada dois anos. Esse exame pode ajudar a identificar o câncer antes de a pessoa ter sintomas. A mamografia nesta faixa etária, com periodicidade bienal, é a rotina adotada na maioria dos países que implantaram o rastreamento organizado do câncer de mama e baseia-se na evidência científica do benefício desta estratégia na redução da mortalidade neste grupo.
Para detectar o câncer desde o início, alguns estados expandiram a faixa etária recomendada para mamografias, instando as mulheres de 40 a 49 anos a fazer o teste a cada dois anos e, para mulheres acima de 50 anos, anualmente - 10 anos abaixo das idades sugeridas por Ministério da Saúde. Para mulheres com histórico familiar de câncer, recomenda-se a este grupo que receba supervisão médica e faça uma mamografia anualmente após os 35 anos.
Uso comercial do Outubro Rosa
Temos que falar sobre isso: O Outubro Rosa também tem, infelizmente, um efeito colateral: virou uma estratégia de negócios. Inúmeras empresas associam sua marca à campanha anualmente, lançando produtos ligados ao “laço rosa” de alguma maneira. Em algumas situações a empresa “rosa” oferece produtos aproveitando-se da campanha. Esta atitude desprezível é conhecida por “pinkwashing”, e já foi documentado em livros e filmes (“Pink Ribbons, Inc.”), e também por movimento chamado “Think before you pink” (“pense antes de ficar rosa”, tradução livre), que criticam veemente os que usam o Outubro Rosa como estratégia de marketing.
O próprio Instituto Nacional de Câncer (INCA), faz uma crítica do uso comercial e de autopromoção sob o pretexto de divulgar a campanha Outubro Rosa.
Portanto é preciso ficar atento e repudiar sempre tais práticas; resgatando sempre o sentimento original e altruísta de Charlotte Hayley.
O movimento de prevenção do câncer de mama é muito maior que outubro. E não se trata apenas de fazer um desconto, fazer uma mamografia ou arrecadar dinheiro. É sobre prevenção e educação e tratamento garantido para todos; e todos podemos apoiar espalhando quanto e por onde pudermos a mensagem da campanha de conscientização para o câncer de mama.
Fonte: INCA /http://pinkribbon.org/https://www.thinkbeforeyoupink.org